Enquanto governos publicam frases prontas e montam palanques para celebrar o 1º de Maio, o trabalhador brasileiro segue sem ter o que comemorar. O Dia do Trabalho no Brasil se transformou em uma data simbólica do fracasso político, da traição institucional e da completa desconexão entre os que mandam e os que produzem.
O país que deveria valorizar quem levanta cedo, enfrenta transporte precário, trabalha sob condições indignas e ainda sustenta a máquina pública, continua premiando a incompetência, a corrupção e o populismo barato. A dura verdade é que o Brasil não respeita seu povo trabalhador, o explora.
Os escândalos se sucedem como capítulos de uma novela suja, onde os protagonistas nunca são punidos. Ministérios se tornaram cabides de emprego. Orçamentos públicos são loteados em troca de apoio político. A “velha política” nunca saiu de cena, apenas trocou a maquiagem. E enquanto bilhões evaporam em contratos fraudulentos e emendas secretas, falta dinheiro para escolas decentes, hospitais com estrutura e políticas de emprego que façam sentido.
O caso recente do roubo bilionário dos aposentados é um tapa na cara da dignidade. Mais de R$ 6 bilhões foram saqueados de quem dedicou a vida inteira ao trabalho, contribuindo mês após mês com suor e esperança, apenas para ser traído na velhice. Esse escândalo expõe o grau de podridão institucional, onde nem os mais vulneráveis escapam da cobiça criminosa que assombra os bastidores do poder.
Pior ainda é a condução populista do mandato atual. Em vez de liderar com seriedade e compromisso com a nação, o governo prefere sustentar narrativas emocionais, atacar quem pensa diferente e jogar a culpa em terceiros. Usa o povo como escudo e palanque. Distribui esmolas com uma mão enquanto tira direitos com a outra. Não há planejamento, não há projeto de país, há apenas estratégias de sobrevivência eleitoral.
A incompetência administrativa virou rotina. A inflação castiga quem ganha pouco. A informalidade cresce. O jovem não vê perspectiva. O servidor público virou alvo fácil. O empreendedor trava batalhas diárias contra um Estado que atrasa, complica e multa. O Brasil, enquanto nação trabalhadora, está sendo sabotado por dentro.
Neste 1º de Maio, não se trata de comemorar, mas de denunciar. De lembrar que o trabalhador brasileiro continua sendo a engrenagem que move o país, mas que recebe em troca apenas desprezo institucional. O Brasil precisa parar de romantizar o sofrimento e começar a exigir respeito. Não com frases de efeito ou discursos emocionados, mas com cobrança, fiscalização e memória nas urnas.
Se é para comemorar alguma coisa neste Dia do Trabalho, que seja a resistência de um povo que ainda insiste em acreditar, apesar de tudo, que é possível reconstruir este país. Porque do jeito que está, comemorar é um insulto.
Por Fredi Jon