Este projeto pediu a artistas visuais que escolhessem o seu “livro de sua infância” e desenvolvessem uma obra que tenha essa leitura como mote. Dessa maneira, foi realizado um mergulho na procura das raízes que esses textos deixaram em cada um.
Foi um convite a desenvolver um processo criativo que passa por diversas etapas. Uma delas é a contextualização da importância da leitura para a vida do criador visual. Outra está na preocupação de pensar o objetivo do trabalho realizado, ou seja, qual é a proposição que se busca discutir.
Surgem assim trabalhos expostos com materiais, técnicas e suportes diferentes. Cada um traz memórias afetivas e buscas identitárias por meio da literatura. O projeto expressa, portanto, a busca por subjetividades que estabeleçam relações entre arte e vida.
A exposição relaciona subjetividades e liberdades criativas de modo a entender o “livro de infância” como um território caracterizado pelas presenças do que cada um lembra e pelas ausências do que cada um imagina ao longo dos anos.
Nessa óptica, dento da sociedade de informação, em que a tecnologia e as mídias sociais têm um papel essencial, e em que a consciência da efemeridade é cada vez mais presente, retomar a literatura que marcou a infância de cada um gera saberes e sabores a serem discutidos e provados textual e visualmente.
Oscar D’Ambrosio @oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.