Por meio de atividades como apresentações, exibições de filmes, vivências coletivas, bate-papos, contações de histórias, cursos, entre outras, o Agosto Indígena convida todos os públicos para um exercício coletivo de valorização da pluralidade dos Povos Indígenas. O Sesc Rio Preto oferece uma programação que vai desde música ao teatro, passando pelas artes visuais, por meio de atividades que suscitam espaços de protagonismo para indígenas.
Esta edição do Agosto Indígena é dedicada aos processos de educação de diversas culturas originárias no Brasil, fundadas em relações comunitárias, visando incitar as oportunidades do aprendizado coletivo. Ainda que existam especificidades em cada grupo, as centenas de etnias indígenas revelam que a educação só pode ser alcançada por meio de um compromisso com o respeito e com a valorização da diferença. O período de realização do projeto justifica-se pela relevância mundial do “Dia Internacional dos Povos Indígenas” (9 de agosto), data criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1994 e cada vez mais referenciada pelo movimento indígena no Brasil.
No Sesc Rio Preto
A programação no Sesc Rio Preto começa dia 17, 20h, com show da cantora Brisa Flow, artista indígena originária marrona, também musicista, produtora musical, performer e pesquisadora. Criando arte a partir da vivência de seu corpo no mundo, sua música é uma mistura de rap, cantos ancestrais, jazz, eletrônico e neo/soul. Filha de um casal de artistas chilenos, nascida em Minas Gerais, desenvolve estéticas artísticas pela prática e pesquisa do canto que tece memórias e futuros originários. O show conta com participação do poeta, cantor, músico e compositor Ian Wapichana.
Nas artes cênicas, o multiartista Juão Nyn apresenta no Agosto Indígena, dia 23, 21h, a peça “Contra Xawara, Deus das Doenças ou Troca Injusta”, que se propõe a problematizar as primeiras colonizações europeias e, ao mesmo tempo, mostrar seus reflexos nos dias de hoje. Xawara é o deus das doenças na cosmovisão Yanomami. E como a aproximação entre indígenas e brancos teve como uma das consequências a introdução de várias doenças virulentas e bacteriológicas entre os seus antepassados, Nyn escolheu o nome “Contra Xawara” para o seu trabalho, significando contra-a-epidemia.
Para os dias 24 e 25, estão agendadas no Sesc Rio Preto duas oficinas gratuitas, com duas turmas cada, ambas coordenadas por Anna Terra Yawalapiti e Yamony Yawalapiti, artistas da região do Alto Xingu, localizado no Território Indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso. “Grafismos Xinguanos” apresentará mitologias e histórias que o grafismo xinguano traz consigo. Nela, os participantes poderão experimentar na prática a realização dessas expressões gráficas ancestrais. Na outra oficina, “Miçangas Indígenas Xinguanas”, os participantes poderão aprender sobre ornamentos de miçangas feitos pelo povo Yawalapiti, uma das 12 etnias habitantes do Alto Xingu. As contas de miçangas utilizadas por eles são originalmente trazidas da República Tcheca e chegaram entre os povos da região nos anos 1940 com os primeiros exploradores europeus que vieram conhecer seus territórios.
Para o Diretor Regional do Sesc São Paulo, Luiz Galina, “Oportunizar esses processos de aprendizagem é uma ação que vai ao encontro da proposta socioeducativa do Sesc, instituição comprometida com a promoção da educação em um sentido amplo, incluindo saberes relacionados às artes, ao esporte, ao lazer, entre outras esferas de saber e atuação. Em diálogo com formas diversas de compreender e se relacionar com o mundo, esses saberes têm o potencial de gestar horizontes sociais e climáticos fundamentados na continuidade da vida, e não em sua exaustão”.
Tema
Ao visibilizar a potência do tema da Educação no Agosto Indígena, o Sesc São Paulo contribui para promover uma reflexão sobre os processos de aprendizagem, confluindo para uma sociedade equitativa, que prioriza o bem-viver e o respeito às diferenças.
Para abrir a programação, no dia 1º de agosto, às 20h, foi realizado no Sesc Consolação o encontro Abre Caminho, em que os convidados Sandra Nanayna, Edson Kayapó, Gustavo Caboco, Samantha Terena, Juliana Xucuru e Gean Ramos Pankararu, conduzidos por Naine Terena e sob direção artística de Otávio Oscar, compartilharam os modos de cuidar e os conhecimentos dos povos indígenas.
A programação segue por todo o mês de agosto e, por meio de linguagens diversas, o Sesc São Paulo mergulha na multiplicidade cultural dos povos originários, numa edição que contempla também ações formativas.
No Sesc Catanduva, por exemplo, as artes visuais marcam presença no Agosto Indígena, por meio de uma exposição que se estende até o início de 2025. Sob a curadoria de Naine Terena, a Mostra Somos Aquelas por Quem Estávamos Esperando apresenta obras de oito mulheres indígenas, que retratam a força que emerge de suas ancestralidades.
SERVIÇO:
Agosto Indígena
De 1º a 31 de Agosto
Programação completa em sescsp.org.br/agostoindigena
Programação Sesc Rio Preto:
MÚSICA
Show – Brisa Flow
Com participação de Ian Wapichana
Brisa Flow é uma cantora marrona que mistura seu rap com cantos ancestrais, jazz, eletrônico e neo/soul, também atua como produtora musical, performer e pesquisadora. Constrói seus trabalhos partir da vivência de seu corpo no mundo. Sua música é um um encontro com as energias da Terra, desenvolvendo estéticas artísticas pela prática e pesquisa do canto que tece memórias e futuros originários
Dia 17, sábado, 20h.
Comedoria. R$ 15, R$ 25 e R$ 50. Autoclassificação livre.
TEATRO
Espetáculo – Contra Xawara, Deus das Doenças ou Troca Injusta
Dir. e atuação: Juão Nyn
Não estávamos todos nus, não cultuávamos os mesmos deuses, não falávamos as mesmas línguas, porque reagíramos todos iguais ao nos oferecerem um espelhinho? O corpo é terra mas também pode ser Caravela. O colonizador tem a chance de se rever no espelho que abandonou e descobrir se o próprio reflexo é igual ao de todos os outros que vieram dentro das caravelas que são.
Dia 23, sexta, 21h.
Teatro. R$ 15, R$ 25 e R$ 50. Autoclassificação 14 anos.
TECNOLOGIAS E ARTES
Oficina – Grafismos Xinguanos
Com Anna Terra Yawalapiti e Yamony Yawalapiti, artistas da região do Alto Xingu Esta oficina de criatividade apresentará mitologias e histórias que o grafismo xinguano traz consigo. Nela os participantes poderão experimentar na prática a realização destas expressões gráficas ancestrais.
Dia 24, sábado, 10h às 12h. Dia 25, domingo, 14 às 16h.
Espaço de tecnologias e artes. Grátis. Entrega de senhas no local 30 minutos antes. Vagas limitadas. Autoclassificação 14 anos.
Oficina – Miçangas Indígenas Xinguanas
Com Anna Terra Yawalapiti e Yamony Yawalapiti, artistas da região do Alto Xingu Nesta oficina os participantes poderão aprender sobre ornamentos de miçangas feitos pelo povo Yawalapiti, uma das 12 etnias habitantes da região do Alto Xingu, localizado no Território Indígena do Xingu, no estado do Mato Grosso. As contas de miçangas utilizadas por eles são originalmente trazidas da República Tcheca e chegaram entre os povos da região nos anos 1940, com os primeiros exploradores europeus que vieram conhecer seus territórios.
Dia 24, sábado, 14h às 16h. Dia 25, domingo, 10h às 12h.
Espaço de tecnologias e artes. Grátis. Entrega de senhas no local 30 minutos antes. Vagas limitadas. Autoclassificação 14 anos.