A Coronac não está na lista

          

TÁ CHEGANDO… – O estudo da vacina chinesa Coronavac, trazido por Dória chegou a fase final com números mínimos de infectados. É uma boa notícia! A eficácia do imunizante será divulgada na 1ª. semana de dezembro e enviada a Anvisa. O Instituto Butantan, patrocinador da pesquisa, espera que o Comitê Independente Internacional, que acompanha os ensaios, divulgue o quanto a vacina é efetiva na 1ª. semana de dezembro. Se aprovada pela Anvisa, devido a emergência sanitária, em janeiro haverá 46 milhões de doses compradas da China, para serem aplicadas. A eficácia da Coronavac, nas fases I e II, passou de 90%, índice semelhante divulgado pela Oxford/AstraZeneca em resultados no Reino Unido e no Brasil. Mais duas vacinas, as americanas Pfizer e Moderna, também confirmaram ser altamente eficazes. O Ministério da Saúde relacionou 5 vacinas que poderão ser compradas. Uma delas é a vacina da AstraZeneca, há um acordo para a compra de 100 milhões de doses para a produção na FioCruz. A Coronac não está na lista. Ela é motivo de disputa política. O presidente tem criticado a vacina chinesa, que vê como trampolim de popularidade para Dória. É o fim da picada, política numa vacina contra um vírus que tem causado milhões de infectados e de mortes. Vá chupar prego pra virar parafuso sô!

A LUA… Quando ela roda é nova, crescente ou meia lua, é cheia e quando ela roda fica de meia… Canção “A Lua”. A Nasa descobriu água na Lua. Mas não vá pensando que é um lago, uma fonte… O Observatório Sofia, instalado dentro de um Boeing 747, com raios infravermelhos, detectou moléculas de H2O na Clavius, a segunda maior cratera visível da Lua. Segundo os cientistas cada concentração não tem mais de 350 mililitros, volume igual a uma lata de cerveja. Como comparação, o Saara tem 100 vezes mais. Elas estão muito espalhadas, a água não estaria nem em estado líquido, nem sólido. Seria em pó? As moléculas captadas no infravermelho são um forte indício de maiores volumes no subsolo. Estima-se que tenha algo como um balde cheio. O que muda para nós? Nada! E para os astronautas que voltarão em breve a Lua? Nada! Continuarão levando seu cantil. Para a ciência pode mudar o conhecimento do sistema solar e o rumo das próximas missões da Nasa. Os astronautas irão cavar para descobrir fontes de água. Uma pergunta: como poderia haver água num ambiente inóspito, árido, seco e sem oxigênio? Só pode ser água em pó.  

CARA OU COROA – Astofoldo, sessentão, depois de uma intensa cantada consegue convidar a linda morena para jantar. Vão a um restaurante chique e carésimo. Ao chegar tomam um scoth 18 anos e pedem para jantar caviar e lagosta, acompanhado por champanhe Don Perignon. Ao final do banquete, Astofoldo lhe dá de presente um anel de brilhante. E vão terminar a noite num motel de luxo, na suíte presidencial. Ao final da festa ele está mais feliz do que criança quando ganha seu primeiro celular. Pirulito é de quando eu era criança. Ele a deixa em casa e lhe dá mais um presente, uma corrente de ouro com um diamante. Na hora da despedida a morena diz – Benzinho, você não acha que eu saí cara? – Que nada! Na minha idade é cara ou coroa. O Jovem – Tira a carteira de motorista e pede o carro ao pai, um judeu. – Bem, antes você precisa cortar o cabelo e tirar boas notas na faculdade. Um mês depois o jovem mostra as notas ao pai e seus conhecimentos da bíblia. – Estou orgulhoso de suas notas e do estudo da bíblia. Mas falta cortar os cabelos. – Pai, Sansão, Moisés, Abraão… tinham o cabelo comprido. – Certo! Mas todos andavam a pé.

INOVANDO – Com a pandemia os hotéis, sobretudo os de luxo, tiveram que inovar. Ofereceram promoções para casais e famílias corajosas que se aventuravam a sair de casa. O foco dos hotéis foi vender um alívio para o stress da pandemia, oferecendo conforto e segurança. Antes, os prováveis hóspedes exigiam uma série de medidas extraordinárias de higiene e distanciamento nas áreas comuns. Nesse contexto apareceram projetos inéditos, do arco da velha. Na França surgiu uma cápsula, a Anthénea, de 52 metros quadrados que flutua na água. Em seu interior há uma suíte tão confortável quanto a de um 5 estrelas, feita toda de materiais sustentáveis. Ela é abastecida de luz solar. Em cima dela há um espaço com vista de 360 graus. No piso uma vista para o fundo do mar. Seu preço é salgado como a água que ela flutua, 2 mil reais a diária. Gostou? Você pode compra-la por 3 milhões de reais. Na Finlândia o Kakslauttanen Arctic Resort (não é palavrão, é o nome do hotel) tem um iglu revestido de vidro em meio ao gelo de onde pode-se ver o espetáculo deslumbrante da aurora boreal. No Treehotel, sueco, tem uma suíte que fica a 5 metros do solo com uma visão bonita do vale ao redor. O Conrad Rangali Island, nas Ilhas Maldivas, tem suítes a 5 metros de profundidade, no Oceano Índico, com paredes de vidro, com vista da fauna marinha. O hóspede tem direito a um barco privado e chef exclusivo. Na Costa Rica, o Hotel Costa Pobre, ops! Verde, tem uma suíte enorme dentro da fuselagem de um Boeing 727, 17 metros acima do solo, apenas 1.500 reais por noite. Escolha a suíte, faça a mala e boa viagem. Não esqueça de me enviar um cartão postal.

QUEIJO FAKE – Sabia que existe queijo fake? Sim, existe! Muita gente, inclusive eu, pode ter comido queijo de mentirinha, notadamente em pizzarias e lanchonetes. Ele é feito de água, gordura vegetal hidrogenada e amido. O rótulo descreve o produto: preparado alimentício sabor muçarela, por exemplo. Para dar sabor ao tipo pretendido, dá-lhe aditivos: corantes, aromatizantes, acidulantes, emulsificantes, conservantes, estabilizantes e outros antes. É queijo “artificial”, não tem nenhum ingrediente nutritivo, proteína, vitaminas, minerais… Nada! Uma experiencia mostra a diferença: duas fatias de muçarela e duas de “muçarela” falsa. Pingaram três gotas de iodo na muçarela real e não houve nenhuma alteração. Depois pingaram três gotas na “muçarela” mentirosa e surgiram três pontos escuros onde caíram as gotas. Um indício de que pode não ser bom para a saúde. Esses “queijos” são vendidos, principalmente em atacados e custam mais baratos. E quem vai comprar lá? Donos de pizzaria, lanchonete, restaurante e botecos. Já pediu pizza 4 queijos? Nunca pensou que eram 4 queijos que eram queijos falsos? Nem eu! Bem, isso não significa que todos compram esse “queijo”. Mas quem garante? Mas fique tranquilo. Os queijos comprados em supermercados são todos queijos de marcas conhecidas. O risco está em pizzarias, principalmente as delivery e lanchonetes. Porém, acredito que lugares de nome, fama, muitos são antigos, não vão usar queijo de gordura e amido. Tem um nome e tradição a zelar. 

SÉRIE – Cinema ainda está devagar. Poucos lançamentos. Para compensar há inúmeras séries pipocando nas plataformas. Uma delas, da Netflix, é alemã, “Bárbaros”. Quem viu, diz que é bárbaro! A Germânia, atual Alemanha, era habitada por tribos e dominada pelo Império Romano. Os impostos tiravam até as calças dos germânicos e qualquer insubordinação as punições tiravam o couro deles. Porém, no ano 9 d.C, Arminio, chefe de uma das tribos, reuniu as tribos em torno de uma ousadia: atacar o exército romano e manda-los de volta a Roma. Tinha, porém, um problema, eles eram algumas centenas, os romanos 20 mil. Em resumo essa é a história de “Bárbaros”, que estreou em 23 de outubro. Com ação, momentos empolgantes, a história é real. O roteiro, porém, acrescenta novo personagem, triangulo amoroso, mudança de datas e a estratégia dos germânicos contra as legiões romanas. Quem viu a série Vikings e The Last Kington, vai adorar. Quem não viu, também vai. 

UISQUE – Já bebi muito uísque na vida, umas três ou quatro doses, mas “whisky” e não uísque. Até o nome nacionalizaram. O whisky é uma bebida polêmica, não há uma só opinião sobre qual é o melhor. Mas tem um cara respeitado entre os whisqueiros, Jim Murray.  O que ele diz sobre marcas é palavra de um deus. Visita mais destilarias do que qualquer outro. Ele publica um guia anual, Whisky Bire blie, e a cada nova edição costumar experimentar e comentar mais de 1.000 marcas. Dizem que o estado normal dele é o anormal. Costuma ascender vela com o bafo. Na última edição de seu guia, Murray escolheu pela primeira vez um whisky canadense como o melhor do mundo. É o Alberta Premium Cask Strength Rye, do fabricante Alberta Distiller. Não provei, com esse nome grande precisa beber muito. A garrafa custa 40 dólares, uns 225 reais. Não é caro, tem whisky famoso que custa bem mais. E o Alberta tem uma ótima relação custo-benefício e um teor alcoólico monumental: 65,1%. Perto de álcool puro. É o mesmo que os mágicos usam para expelir fogo pela boca. Duas gotas na língua e você fica bebum. Um porre, 8 gotas. Se animou né! Pois se desanime, tome o de sempre. Com produção pequena, não estará à venda no Brasil.

HORTA – Que acha de comer alface colhido na sua horta de casa. Você planta, molha, cresce, colhe, lava, tempera, tudo sem agrotóxico. Eu prefiro comprar na quitanda. Dá trabalho, a gente vira funcionário de alfaces e outros vegetais. Mas tem quem gosta. A coisa começou quando um cara se demitiu do emprego. Ele viu uma reportagem sobre “fazendas urbanas” e chamou seu ex colega de trabalho para montar uma “fazenda” em sua casa, a Cityfarm. Eram dois administradores que entendiam de vegetais como eu entendo de física quântica. Mas foram em frente, improvisaram conseguiram colher um pé de alface. Começaram a plantar verduras e temperos, e colhiam logo, com muito valor nutritivo e preferidos dos chefs de restaurantes, seus principais clientes. A “fazenda” deles tem 50 metros quadrados e as vendas são pelo e-commerce. Com a suspenção das atividades dos restaurantes e bufês devido a pandemia, as vendas despencaram. Hoje cultivam somente 1.500 potinhos de vegetais por mês. Para compensar os kits para cultivo em casa é sucesso no site. Há dois tamanhos a partir de 98 reais, com estufa, utensílios, terra, e sementes que podem ser de brócolis, cenoura, couve, rabanete, repolho e rúcula. Interessou? Eles oferecem aulas sobre o assunto. Já foram mais de quarenta formações desde o ano passado. Quem frequentar o curso recebe o diploma de “fazendeiro urbano”.   

A VER NAVIOS – Sabe a expressão “A Ver Navios”. Ela tem origem em Portugal. O rei D. Sebastião foi morto na Batalha de Alcacerquibir, em 1509. Mas os portugueses nunca aceitaram tal fato. Então passaram a subir no alto no morro de Sta. Catarina, com vista ao mar, à espera de seu rei. Mas o que viam eram outros navios chegando e nada do navio do rei. Daí ficavam “a ver navios”. Garanto que você não sabia dessa. Mas também não tem importância. Mais uma da série Cultura Inútil. flaviosenzi@uol.com.br