A pesquisa visual de Alex Viana que resulta nesta série começa com as fotografias de corpos que foram motivados a se relacionar de maneira tátil e expressiva com músicas associadas à cura (healing music), já que o processo teve início durante a pandemia. Essas imagens são levadas para diversos suportes, como tela, e acrílico, com jogos de camadas e texturas.
É nesse momento que a mágica se realiza, pois arte é um jogo de criações e transformações permanentes. Os rostos e corpos são desconstruídos e apagados para que se capte aquilo que está na essência deles, o seu quantum, definido na física quântica como “a menor quantidade de qualquer grandeza física envolvida numa interação”.
As imagens resultantes desse processo são fruto de um fazer detalhado, em que existe a emoção da dança, o conhecimento de diversas técnicas e o desejo de apresentar soluções diferentes e diferenciadas para discutir o que de fato cada pessoa é, sem as máscaras que se impõe individualmente e que lhe são impostas pela sociedade.
Portanto, os corpos que são vistos na exposição são múltiplos pela sobreposição de imagens. Partem da foto, passam pela pintura, incluem a colagem de fragmentos de folha e de prata e se realizam no desvelar camadas internas de cada retratado, que perde a sua individualidade e atinge a universalidade ao ser vista em sua essência pelo público.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.