A exposição “Um sertão que mora em mim”, de Gil Santana, traz um conjunto de obras que gera um impacto no observador. Seus sentidos estão na ampla potencialidade de construir efeitos em cada um que vê os trabalhos e interage plástica e emocionalmente com eles.
Há uma organização que traz memórias afetivas organizadas de maneira intuitiva, mas com meticulosidade. Isso se manifesta nas escolhas feitas em termos de cores e formas que trazem um “ser tão” denso e leve que, ao mesmo tempo, leva a se ter um sentir diferenciado do mundo tanto de quem realizou as imagens como de quem as vê.
A artista utiliza seus recursos visuais para levar o seu mundo, vivido e imaginado, aos outros por meio das temáticas, cores e formas selecionadas. Existe um jogo entre a proposta conscientemente desenvolvida e aquilo que ocorre inesperadamente, provocando variadas interpretações.
São dissolvidas fronteira entre o real e a fantasia. O sertão que mora em Gil Santana apresentado na exposição, portanto, não é apenas necessariamente o que ela vivenciou, mas também o que ela cria e recria permanentemente. Forma e conteúdo se mesclam assim em uma linguagem visual diferenciadora e plena de sutileza e encanto.
Oscar D’Ambrosio
@oscardambrosioinsta
Pós-Doutor e Doutor em Educação, Arte e História da Cultura, Mestre em Artes Visuais, jornalista, crítico de arte e curador.